Exame feito enquanto o paciente dorme identifica distúrbios do sono
A polissonografia é o exame que oferece maior eficiência para o diagnóstico de distúrbios do sono. Realizado enquanto o paciente dorme, permite avaliar diversos parâmetros fundamentais para a identificação de síndrome da apneia obstrutiva do sono, bruxismo (ranger dos dentes) e alterações cardíacas, entre muitos outros problemas. A avaliação, que exige uma infraestrutura específica, é disponibilizada no Hospital SMH – Beneficência Portuguesa.
O monitoramento inclui eletrocardiograma, eletroencefalograma, sensores de movimento do abdômen, tórax e membros, e eletrodos oculares (a movimentação dos olhos ajuda a apontar a fase do sono – superficial, intermediária, profunda e sono REM, quando acontece o auge da atividade cerebral).
O exame é feito enquanto a pessoa dorme, como explica a neurologista chefe da polissonografia, Renata de Oliveira Stefanini, que é membro da Associação Brasileira do Sono: “Além da pessoa ter vigilância a noite inteira por meio de câmeras, os sensores – cada um ligado a um computador – registram todos os parâmetros que serão avaliados e utilizados para gerar o laudo. Este vai apontar o distúrbio do qual a pessoa sofre, possibilitando ao médico indicar o tratamento correto”.
A entrada do paciente no hospital ocorre por volta das 20h30 quando ele é internado. Antes de ir para um dos seis leitos do setor de polissonografia, a pessoa pode se alimentar, trocar de roupa e, chegando ao local do exame, se familiarizar com o ambiente. “Ela pode levar um acompanhante, ver TV ou ler um livro. O paciente também pode se mexer normalmente durante a noite, ficando impedido apenas virar de barriga para baixo”, esclarece a neurologista. Logo pela manhã a pessoa é liberada e dentro de alguns dias o resultado do exame é disponibilizado.
Além de reduzir a qualidade de vida deixando a pessoa irritada, cansada e depressiva, os distúrbios do sono podem ter consequências mais graves como risco de acidentes automobilísticos e de trabalho. A pessoa também fica com a capacidade cognitiva (memória, aprendizado e raciocínio, por exemplo) comprometida devido a sonolência que sente durante o dia, decorrente da noite mal dormida.
Consequências das noites mal dormidas
Podem ocorrer ainda alterações hormonais, ou seja, os hormônios do crescimento, da libido (responsável pelo desejo sexual), da saciedade e do bem-estar, entre tantos outros, não são produzidos normalmente na pessoa que sofre da síndrome da apneia do sono, que tem a obesidade como fator determinante para seu aparecimento.
Pesquisas apontam para números importantes que relacionam os distúrbios do sono a outros problemas de saúde. Segundo os estudos, eles aumentam em 4 vezes as chances de acidente vascular cerebral, em 3 vezes os riscos de infarto, arritmias e depressão e em 2 vezes a possibilidade do indivíduo ter hipertensão arterial. E não é só o próprio paciente que sofre: os distúrbios fragmentam em 200% o sono do parceiro, que na maioria dos casos é quem identifica o problema.